“Professora, a gente pode usar o photomath?”: o lugar dos aplicativos nas aulas de matemática

Palavras-chave: Aprendizagem móvel. Educação Matemática. Integridade Acadêmica.

Resumo

A discussão trazida para este relato de experiência é baseada na premissa de que aplicativos e ferramentas móveis afetarão o ensino e a aprendizagem de matemática, independentemente de as comunidades de pesquisadores e professores apoiarem seu uso. É nossa convicção que, ao invés de tentar impedir o inevitável ou isolar a sala de aula das ferramentas tecnológicas difundidas em outras esferas da vida, professores de matemática devem considerar as ramificações do uso dessas ferramentas e formular maneiras pelas quais estas possam tornar-se adições bem-vindas às nossas aulas. Acreditamos que, da mesma maneira que os professores podem se engajar em um uso responsável de aplicativos como o Photomath, existe o potencial de os alunos fazerem o mesmo. Argumentamos que, se o objetivo do ensino de matemática não for a execução de algoritmos, mas a colocação de perguntas relevantes e a resolução de problemas, o aplicativo pode ser utilizado para executar algoritmos e realizar tarefas secundárias. Neste relato, apresentaremos no referencial teórico diferentes maneiras pelas quais nós, como professores, podemos orientar o uso de aplicativos para aprimorar as experiências de aprendizagem, ao invés de ignorar sua existência ou tentar barrá-los da sala de aula. Depois relataremos uma experiência em sala de aula de matemática de uma disciplina de curso superior de formação de professores na qual o PhotoMath foi usado de uma das formas recomendadas, a título de ilustração.

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Biografia do Autor

Ana Lúcia Braz Dias, Central Michigan University

Doutora em Educação Matemática pela Indiana University (1997) e graduada em Matemática pela Universidade de Brasília (1988). É professora titular (full professor) na Central Michigan University, em Mount Pleasant, Michigan, EUA. É professoradora visitante no Programa de Pós-Graduação em Ensino e Processos Formativos da UNESP e participa das ações do "Grupo de Pesquisa em Currículo: Estudos, Práticas e Avaliação - GEPAC". Participa do comitê editorial científico da série Processos Formativos da editora Fi. Desenvolve pesquisas nas seguintes temáticas: "Educação Matemática para o trabalho", "Etnomatemática", "Educação Matemática Comparada" e "Diversidades e Teoria Queer"

Juliana Cândida Batista Gomes Coelho, Faculdade de Engenharia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Câmpus de Ilha Solteira

Aluna do curso de Mestrado do Programa de Pós Graduação Strictu Sensu, Ensino e Processos Formativos da Unesp de Ilha Solteira e membro do Grupo de Pesquisa em Currículo: Estudos, Práticas e Avaliação (GEPAC). Professora licenciada em Matemática pela Faculdades de Dracena (2002), Especialista pela Unicamp (2013). Professora - EE Manoel Bento da Cruz em Araçatuba/SP, onde atuo como docente da área de matemática, em nível Fundamental e Médio. Possuo experiencia de 13 anos como professora da Educação Básica e 2 anos como Coordenadora Pedagógica. Atualmente pesquiso sobre os dispositivos móveis a serviço da aprendizagem do aluno na sala de aula e a formação dos professores para explorarem esse recurso.

Gabrielle Elizabeth Mynatt, Central Michigan University

Doutoranda em matemática na Central Michigan University (CMU) nos Estados Unidos da América.

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Publicado
2020-10-26
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Como Citar
Braz Dias, A., Batista Gomes Coelho, J., & Mynatt, G. (2020). “Professora, a gente pode usar o photomath?”: o lugar dos aplicativos nas aulas de matemática. Pesquisas E Práticas Educativas, 1, e202022. https://doi.org/10.47321/PePE.2675-5149.2020.1.e202022
Seção
Relatos de experiência