Educação superior em retalhos e o grande pacto pela mercantilização do ensino
Resumo
O presente ensaio teórico pretende trazer uma discussão sobre os principais aspectos da manutenção e expansão da educação superior no Brasil. Dessa forma, dividimos nosso estudo em dois segmentos, além da introdução e considerações finais: (i) a expansão da educação superior e a parceria público-privada, na qual tratamos da reforma educacional pós Constituição de 1988, a renúncia fiscal para a manutenção das instituições privadas que deu origem ao Programa Universidade Para Todos e o mecanismo de financeirização da educação superior; (ii) a expansão das instituições federais de educação superior e novos modelos de formação, apontando os objetivos e princípios do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, investimentos feitos no período de expansão e a criação de novos modelos de curso ligados a novas formas de organização do trabalho. Por fim, consideramos o histórico de suplantação de políticas de educação superior e o ensino como integrante do pacto de mundialização do capital em uma discussão que ainda está aquém de oferecer quaisquer soluções para a estruturação de políticas públicas educacionais ou direcionar os caminhos paras as parceria público-privadas em educação, porém, com a intenção de estabelecer o pano de fundo e acender as luzes para que tais caminhos e direções sejam pensados e posteriormente construídos.
Downloads
Referências
AMARAL, Nelson Cardoso. A educação superior brasileira: dilemas, desafios e comparações com os países da OCDE e do BRICS. Revista Brasileira de Educação, v. 21, p. 717-736, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v21n66/1413-2478-rbedu-21-66-0717.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Gerais do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais: REUNI. 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/diretrizesreuni.pdf>.
BRZEZINSKI, Iria. Tramitação e desdobramentos da LDB/1996: embates entre projetos antagônicos de sociedade e de educação. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, p.185-206, 2010. Disponível em: <https://goo.gl/t8nYvf>. Acesso em: 12 jun. 2020.
CABRAL NETO, Antônio (Org.). Flexibilização curricular: cenários e desafios. Natal: Edufrn, 2004. 122 p.
CARVALHO, Cristina Helena Almeida de. Análise do financiamento da União destinado às instituições federais de educação superior no Brasil (1995-2008). Texto apresentado na 1.ª Conferência "Os desafios da Gestão e da Qualidade do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa". Universidade de Lisboa e Universidade de Coimbra. Nov. de 2011. p. 1 a 17.
CHAVES, Vera Lúcia Jacob e AMARAL, Nelson Cardoso. Política de Financiamento da Educação Superior – Análise dos Planos Nacionais de Educação Pós-Constituição/1988. Revista Eletrônica de Educação (São Carlos), v. 8, p. 43-55, 2014. Disponível em: <http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/viewFile/1009/313>. Acesso em: 12 jun. 2020.
KRASILCHIK, Myriam. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. Perspectiva, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 85-93, 2000. Disponível em <https://goo.gl/FXnHT2>. Acesso em: 12 jun. 2020.
KRASILCHIK, Myriam. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: EPU: Editora da Universidade de São Paulo, 1987. 89 p.
KUENZER, A. Z. Trabalho e escola: a flexibilização do ensino médio no contexto do regime de acumulação flexível. Educação & Sociedade, Campinas, v. 38, n. 139, p. 331-354, jun. 2017. Trimestral. Disponível em: <https://goo.gl/cechvX>. Acesso em: 12 jun. 2020.
MANCEBO, D.; VALE, A. A.; MARTINS, T. B. Políticas de expansão da educação superior no brasil 1995-2010. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, v. 20, n. 60, p. 31-50, Mar. 2015. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782015000100031&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 12 jun. 2020.
MARTINS, C. O ensino superior brasileiro nos anos 90. São Paulo em Perspectiva – Revista da Fundação SEADE, v.14, n.1, p.41-60, jan./mar. 2000.
MOTOYAMA, Shozo (Org.). Prelúdio para uma história. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004. 518 p.
PAULA, M. de F. C. de. Políticas de democratização da educação superior brasileira: limites e desafios para a próxima década. Avaliação (Campinas), Sorocaba, v. 22, n. 2, p. 301-315, ago. 2017. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-40772017000200301&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 12 jun. 2020.
PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Gestão do setor público: estratégia e estrutura para um novo Estado. In: PEREIRA, Luiz Carlos Bresser; SPINK, Peter. Reforma do Estado e administração pública. São Paulo: Fundação Getulio Vargas, 2001. p. 21-38.
PINTO, M. G. C. S. M. G.; PINTO, A. S. L. G. Formação inicial de professores: as licenciaturas interdisciplinares. X Anped Sul, Florianópolis, out. 2014. Disponível em: <http://xanpedsul.faed.udesc.br/arq_pdf/1410-0.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2020.
RAMOS, Elbo Lacerda. Consensos e dissensos em torno da alteração do centro de atuação das instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica de origem agrícola. 2011. 150f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia.
SAMPAIO, H. Evolução do ensino superior brasileiro, 1808-1990. Documento de Trabalho 8/91. Núcleo de Pesquisa sobre Ensino Superior da Universidade de São Paulo,1991.
SANTOS, M.; SILVEIRA, M.L. O ensino superior público e particular e o território brasileiro. Brasília: ABMES, 2000.
SGUISSARDI, Valdemar. Alguns elementos contextuais básicos da atual política de expansão da educação superior e a mercantilização da educação. In: SGUISSARDI, V. Estudo diagnóstico da política de expansão da (e acesso à) educação superior no Brasil 2002-2012. Piracicaba: [s.n.], 2014. p. 91-129.
SOUSA, A. P. R.; COIMBRA, L. J. P. As licenciaturas interdisciplinares e o processo de expansão das IFES: implicações para a formação de professores. Revista Histedbr On-line, [s.l.], v. 15, n. 65, p.141-159, 14 dez. 2015. Universidade Estadual de Campinas. Disponível em: <http://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8642702/10181>. Acesso em: 12 jun. 2020.
UFBA. Universidade Federal da Bahia (Org.). UFBA Universidade Nova. Disponível em: <https://www.ufba.br/historico/ufba-universidade-nova>. Acesso em: 12 jun. 2020.
VERAS, R. M.; LEMOS, D. V. S.; MACEDO, B. T. F. A trajetória da criação dos Bacharelados Interdisciplinares na Universidade Federal da Bahia. Avaliação (Campinas), Sorocaba, v. 20, n. 3, p. 621-641, nov. 2015. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-40772015000300621&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 12 jun. 2020.
VIÇOTI, Marli Aparecida da Silva. A política educacional da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo no período de 1999 a 2002: possibilidades e limites da autonomia da escola pública. 2010. 291f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
VITELLI, Ricardo Ferreira. Evasão em cursos de licenciatura: perfil do evadido e fatores intervenientes no fenômeno. In: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO, 10., 2014, Florianópolis, Anais... Florianópolis: ANPED, 2014. Disponível em: <http://xanpedsul.faed.udesc.br/arq_pdf/1473-0.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2020.
- Visualizações do Artigo 0
- PDF downloads: 0